INTERVISTA AGLI AS ROMA ULTRAS
(Maggio 2004)

Nascidos em 1996, e devido à fraqueza dos Cucs, grupo líder da Curva Sud, surgiram os ASRU. Bastante unidos, mas também algo frágeis na sua organização, devido à larga extenção de grupos existentes na curva, trata-se de um grupo sem amizades. O grande inimigo chama-se Lazio, e ser-se "Romano", significa ser-se Anti-lazio.
 Entrevista completa aos ASRU
 
Como nasceram os ASRoma Ultras?
Os ASRoma Ultras nasceram em 1996. Os Fedayn tinham uma faixa com essa inscrição que colocavam nos estádios. Em 1998/99 os elementos mais jovens dos Fedayn, Mods e SAG decidiram unir-se e passaram a usar esse nome, muito simples, com as duas coisas mais importantes: AS Roma & Ultras. Em 1990/91 tiveram a cooperação dos elementos mais velhos da Curva Sud, insatisfeitos pelo rumo que a curva romana estava a levar. Os CUCS já não tinham a força suficiente para serem o grupo líder da Curva Sud e isso foi determinante para todos.
Como estão organizados os ASRU?
Actualmente há uma direcção com cerca de dez elementos, seguidos de algumas centenas. Têm um pequeno espaço onde se encontram e guardam o material que levam para o estádio. Não há cartão de filiado e o material é vendido para suportar as despesas com as coreografias.
Quais são os vossos pontos fortes e as vossas fraquezas?
Como ponto forte, a união do grupo. Como fraqueza, provavelmente o facto de sermos um grupo muito grande, e isso não favorece a mentalidade, tornando-se mais difícil ter uma mentalidade mais pura.
De que forma a ideologia e a política influenciam os ASRU?
A maioria dos elementos são de direita mas o grupo não faz política no estádio. É por isso que temos tanta gente connosco. Mas é óbvio que se tu fores de direita tens o teu próprio estilo, que é diferente caso sejas de esquerda.
Quais são as vossas amizades e inimizades?
Não temos amizades. O que acontece é algumas vezes grupos estrangeiros encontrarem-se connosco (Grupo Manks do Benfica, PAOK e CSKA nos últimos derbies romanos), mas não há amizade. São bem vindos e, é tudo. Inimigos são os grupos da Lazio, Napoli, Bologna, Juventus, Milan, Inter, Brescia, Fiorentina, Atalanta, etc.
Porque razão há um grande sentimento anti-laziali, e vice-versa? Não achas que todas as energias deviam ser direccionadas para apoiar a própria equipa em vez de insultar e fazer coreografias anti-Lazio?
Definitivamente, não. Ser adepto da Roma significa ser-se anti-Lazio. As coreografias anti-Lazio têm sido feitas nas alturas em que diziam que éramos parecidos com os laziali. E os ASRU queriam mostrar a todos que somos anti-laziali. É tudo.
Como é a relação entre os ASRU e a direcção do clube?
Não há qualquer relação. Nunca houve contactos, nem tentamos contactá-la.
Que pensas da actual situação ultra em Itália e como difere de antigamente?
A diferença é radical e deve-se a duas razões: o futebol moderno e a polícia.
Os elementos mais jovens já não têm aquele amor que os velhos Ultras tinham e têm pelo clube. Se não ganharem, não apoiam. Já não há sentimento nem ligação entre os Ultras e os jogadores. “We support only the t-shirt”, este é o slogan que podes ouvir em Itália. E, é normal hoje um jogador estar na AS Roma e amanhã estar a jogar contra nós com outra camisola. O próprio governo está a tentar acabar com os Ultras, somos quase vistos como o único problema do futebol moderno. Até fazem leis especiais contra os Ultras.

Qual a tua opinião do mundo ultra fora de Itália?
Muito interessante, especialmente na Europa de Leste. Há uma onda de fenómenos Ultras, mesmo em Portugal, que é interessante de seguir.
Em Portugal, qual é o grupo que mais consideras?
Conhecemos o Grupo Manks, de Lisboa, os Diabos Vermelhos, a Juventude Leonina e os Super Dragões. Não podemos dizer que grupo consideramos mais, porque nunca tivemos com eles nos últimos anos. Estes grupos são os mais conhecidos em Itália.

Recentemente o derbie romano (SSLazio vs. ASRoma) foi suspenso. O que aconteceu realmente? Concordaste com a suspensão devido às acções dos Ultras?
Tudo começou às 17h45m quando 30 adeptos da Roma tentaram entrar sem bilhetes. A reacção da polícia foi incrivelmente violenta, os ânimos exaltaram-se e em pouco tempo centenas de Ultras estavam a lutar contra a polícia que, entretanto, lançara gás lacrimogéneo. Durante a primeira parte do jogo, a polícia tentou entrar na Curva Sud, mas cerca de mil elementos dos grupos da Roma reagiram e a polícia recuou. Rapidamente espalhou-se o rumor que uma criança tinha morrido, ao que parece porque uma pessoa teria tido problemas respiratórios com o gás lacrimogéneo e foi coberto com uma peça de roupa branca para evitar que respirasse este gás ilegal. Isto levou a que toda a gente se convencesse que alguém tinha morrido. Devo dizer que é estranho que alguma pessoa pudesse morrer numa situação destas. Lembro-me até de ter pensado “Só uma pessoa morreu? Pensei que fossem duas ou três!” Depois disto, a polícia continuou a mandar o gás lacrimogéneo, que se concentrou na parte de cima da Curva Sud e levou os Ultras a fugirem para a parte de baixo da curva, empurrando-se contra os vidros que separam o campo das bancadas. As raparigas começaram a sentir-se mal e foi aí que alguns elementos se insurgiram para que o jogo terminasse. Ninguém acreditava na polícia porque eles mentem muitas vezes e pensamos que foi bom o jogo ter sido suspenso. Depois do jogo, continuaram os tumultos com a polícia até cerca das 23h30m, alguns deles muito graves.
Como defines um verdadeiro ultra?
Um verdadeiro ultra é, primeiro que tudo, um super fã da sua equipa. Nada mais. Não é moda, mas sim paixão.
Em que valores a actual cultura ultra se baseia, comparando com a antiga cultura?
Em alguma coisa mudou, agora não há uma única mentalidade ultra, mas sim mais mentalidades. Os valores de hoje são mais influenciados pelo futebol moderno e pelos novos meios de comunicação, incluindo a Internet. Em Itália, muitos grupos Ultras costumam dizer que é correcto apoiar apenas a camisola e não os jogadores. Actualmente concordo com isso, é verdade, mas há 20 anos atrás a camisola ERA o jogador.
Muitas vezes a violência está associada aos Ultras. Pensas que é realmente uma característica da cultura ultra?
Sim, a violência faz parte da cultura ultra, mas como reacção a injustiças ou por vingança. Se tu amas, também odeias. E se odeias, podes ser violento algumas vezes.
Quais são as raízes das principais influências dos ASRU?
ASRU estão como a Curva Sud era nos anos 80, mas fizeram muitos cânticos baseados na cultura pop italiana dos anos 60-70. Nos anos 80, os CUCS eram influenciados pelo estilo britânico no que respeita aos cânticos, mas tinham um estilo italiano por usarem tambores e coisas do género. Agora é o contrário: os ASRU baseiam-se mais no estilo britânico porque já não usam tambores mas são mais italianos relativamente aos cânticos.
Em que se baseiam os ASRU para fazer as coreografias? Qual foi a melhor que alguma vez fizeram?
Inspiramo-nos na antiga Roma. A nossa cidade tem 2757 anos e temos muitas razões para olhar para a sua história. Antiga Roma e anti-Lazio, estas são as duas referências que sempre seguimos. A minha coreografia preferida dos ASRU é uma que não foi inspirada em nenhuma dessas referências. É uma que fizemos em 2000/01, salvo erro, e apresentava um relvado com milhares de bolas espalhadas a saltar, juntamente com a frase: “Prendiamoli a pallonate” (significado: vamos batê-los à bola). Outra boa coreografia, foi a primeira dos ASRU que apresentava várias figuras de legionários e a frase: “Tu non vedrai nessuna cosa al mondo maggior di Roma” (significado: nunca hás-de ver nada maior no mundo que Roma).
Podes falar de projectos futuros dos ASRU?
Depois deste derbie, é difícil falar em projectos. Eles querem destruir o movimento Ultra. O primeiro projecto é sobreviver.
Para terminar, deixa uma mensagem:
Continuem a lutar rapazes... contra o futebol moderno! E, acima de tudo, apoia a tua equipa
Maggio 2004


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